Este ano que passou foi mais um ano de
MUITA luta, muitas batalhas, trabalhos... Acredito que o ano mais difícil da minha vida. Começou com a assistência de direção profissional, depois as assistências coreográficas ou cênicas do curso, junto de peças que ocorreram no decorrer do primeiro semestre. Tudo que me levou a um grande crescimento, amadurecimento e gratidão. Passei por mestres excelentes, revi alguns, trabalhei com outros, algo que me deixou mais vivo. Me esforcei muito no primeiro semestre, mas o segundo - desde o início - pareceu me colocar 'em cheque', o universo parecia me dizer que eu não deveria estar por ali, não sabia se definitivamente ou temporariamente, mas juro que não me sentia mais tão bem quanto em fases anteriores. Não estranhei, por que sempre temos mal momentos em nossa vida... Mas era algo mais sério desta vez.
Fui informado, praticamente uma semana antes da estréia da peça, que meu pai iria fazer uma cirurgia muito complexa, algo que me deixou completamente abalado por que primeiramente ele é um grande pai, e em segundo ele nunca pode me assistir em cena, o que é um sonho meu. Claro que pensamos em tudo nessas horas, tentei ficar crente mas não nego o quanto estive chocado. Tentei não deixar me abalar, me joguei no profissional, mas não pude deixar de o visitar dias antes da cirurgia.
Voltando a peça, não foi como as outras, me senti
exposto -
no sentido ruim da palavra - parecia que nao havia feito o "dever de casa". Estava falando um texto literalmente decorado e com marcas bem estabelecidas pela direção, porém não estava me sentindo ali. Poucas vezes em cena senti algo que se aproximasse dos personagens que fiz. Pedi muita força a Deus, todos os dias para aguentar este momento. Algo que esse ano ele me deu muito foi fé, uma fé maior, algo que antes estava distante de mim, se tornou mais presente desde meados do primeiro semestre. Nada é por acaso, mais uma vez me pareceu que de alguma forma eu sabia que seria necessário me reconectar com essas forças maiores para passar por algo que ainda nem sabia ao certo o que seria.
Bom, não estou conseguindo ser tão sucinto quanto em outras postagens, mas também faz tempo que nao posto nada, logo, nao reclamem! Meu pai aparentemente sobreviveu a cirurgia, recebo essa noticia durante a temporada da peça, o que me dá um 'up' para continuá-la. Dias depois recebo inúmeros telefonemas e mensagens que só fui olhar tarde da noite
pois meu celular estava sem bateria para variar... Recebo a noticia de que a recuperação não está saindo como previsto e que minha mãe me queria a seu lado. Decido que o melhor a fazer é passar por isso junto de quem mais importa na minha vida, minha familia.
Fui para Floripa pela primeira vez num impulso, sem nada organizado, com uma mochila nas costas e muita fé no peito. Foram semanas de muita luta, tentando entregar todas as energias possíveis para meu pai. Tivemos o apoio de parentes e amigos, aliás o elenco da peça e a direção foram excepcionais comigo, algo que de alguma forma me confortou muito.
Nesses momentos, nunca entendemos ao certo o por que passamos por coisas assim, acho que nem buscamos entender na hora exata também... Mas depois que passa o pior, parece que ficam mais evidentes os motivos. Passei um bom tempo proximo de pessoas realmente muito importantes para mim, e que por causa da profissao, da vida que escolhi, estavam distante demais. Nao temos que ver um lado bom em tudo que acontece, por que se tudo desse certo a vida não teria a mesma graça. O fato de quase perder meu pai é o que me fez valorizá-lo ainda mais.
Não posso deixar de frizar o quanto tenho certeza que sou abençoado, pois não conseguiria passar por isso sem ter ao meu lado seres humanos tão bacanas, fortes, íntegros.
Mãe, gêmeo, mais velho, cachorro... Sem voces ali, todo o santo dia, do meu lado, aturando toda e qualquer forma de desequilibrio mental, psicologico, social meu... Tudo seria
imensuravelmente mais dificil. Eu diria
impossivel. Fica registrado aqui o meu obrigado a voces junto de um pedido de desculpas por qualquer coisa.
Gostaria de ter falado na mesa na hora do natal, depois pensei no Reveillon, mas pelo menos a decoração ficou linda, and
"you guys know"-
Por que é tão dificil falar para as pessoas mais importantes de nossas vidas o quanto elas realmente são importantes? O quanto amamos elas? O quanto elas nos fazem bem? Nunca vou entender isso... E olha que sou ator... eu poderia falar tudo isso e no final dizer que era uma cena.. sei lá... Mesmo assim não sai! Trava maldita.Bom, depois desse texto imenso, quero colocar aqui embaixo um registro da minha família, fiz todos subirem na escada para fazer uma foto "que nem nos filmes que assistimos juntos"... hahaha voces sabem bem quais...
'familias americanas'... "
Estão todos bem" na foto!
FELIZ 2015!