segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pirandello

                    Para vocês, que virão me assistir em julho, eu quero esclarecer um pouco mais sobre esse autor, infelizmente, tão desconhecido fora o ramo das Artes Cênicas, e que inclusive já foi premiado com o Premio Nobel de Literatura em 1934 (recente dentre os tantos outros autores que estudamos e encenamos).
                    Pirandello,
 gosta muito de criticar de uma forma muito inteligente, e amarga ao mesmo tempo, a Hipocrisia da sociedade, ele gosta muito por exemplo no caso da peça "6 personagens a procura de um autor" de brincar com as questões das máscaras que a sociedade tenta nos impor o tempo todo, do pai, da mãe, do filho, da enteada... enfim, das máscaras que são necessárias em certas situações, em dados momentos de nossas vidas, e que se usadas em um momento errado, ou pegas no flagra, nos deixam como que condenados e execrados publicamente para sempre para um certo, ou certos, alguém.
                    O meu personagem, o Pai, gosta muito de utilizar a razão para defender todos os seus atos e justificá-los através dela, pois uma vez acabou sendo pego no flagra... enfim, assistam a peça (:P). É uma forma que o autor encontra, de mostrar que não da para se viver somente da razão, o meu personagem tentou viver sem emoção a vida inteira e literalmente só 'tomou' da vida. Apesar de ser um personagem, temos inúmeros exemplos na vida, de seres racionais, que cometem atrocidades inesperadas um belo dia! (O vizinho que matou a mulher que usava salto e fazia barulho demais...)
                    Eu separei alguns argumentos e frases citadas por este autor pelo qual quanto mais estudo, mais me fascina!

* Só quando não se é ninguém, é possível existir no tempo, quando se é alguem, fica se petrificado, imóvel, morto.

Quando ele nota que a Italia (seu pais de origem) não aceita suas obras com normalidade... ele publica isto:
*Tornei me um estranho em meu próprio país e... portanto, terei de encontrar outra pátria para minha arte (Acabou se tornando Misantropo uma vez que a sociedade não o aceitava.)

*Sua dramaturgia é uma única peça com cem atos .

*Temos que escolher entre os objetivos da arte e os da propaganda (já naquela época)

*A vida é fluida, móvel e evanescente e indeterminada. Não está ao alcance da razão e só se reflete através da ação espontânea ou instinto. Todavia o homem dotado de razão não pode viver instintivamente como os animais, nem pode aceitar uma existência que mude constantemente. Por consequência usa a RAZÃO para a vida por meio de reflexões ordenadoras. Sendo a vida indefinível, tais conceitos são ilusões. O homem tem consciência da natureza ilusória de seus conceitos; mas ser humano é desejar forma; tudo o que nao tiver forma enche o homem de pavor e incerteza.

*A humanidade nao pode suportar realidade demais.
*O homem começa como 'nada' definido e converte-se numa construção, criando-se a si próprio de acordo com os padrões ou papéis predeterminados. Assim desempenha papeis familiares (marido, mulher, pai, mae), papeis religiosos (santo, blasfemo, sacerdote, ateu), papeis psicologicos (louco, neurotico, normal) e papeis sociais (prefeito, cidadao, socialista, revolucionario). Contudo, seja qual for a maneira como esses papeis sao desempenhados, nenhum deles revela a face do ator. Sao disfarces destinados a dar forma e proposto a uma existencia destituida de sentido - mascaras numa infinita comedia de ilusao.

(extratos da obra de 'o teatro de protesto')

Boa semana!!! 


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