Assim que terminei de almoçar hoje, resolvi sair em busca de alguns artigos para minha peça teatral, que vai rolar na semana que vem. Senti que ainda precisava de mais alguns detalhes, então fui em direção ao bairro Catete, muito próximo do Largo do Machado, aonde existem coisas mais baratas e acessíveis, mas de boa qualidade.
Chegando no bairro, entro em algumas lojas, compro o que preciso e vejo que tem algumas banquinhas tipo as de 'feirinha na beira-mar' sabe. Vou então em direção a uma que tinha alguns artigos bons para minha peça, e a moça logo pergunta se sou do teatro, pois era uma banquinha com artigos mais femininos que masculinos. Eu respondo que sim e ela logo começa a contar sua história de vida.
Seu nome era Veni, noiva de um sargento rico, se apaixonou com 20 anos de idade por um menino de 14 anos de idade, que 'conheceu' superficialmente visitando sua irmã que morava em São João de Meriti.... sendo que ela nem sabia o nome do rapaz, descobriu seu nome porque foi atrás dele quando ele estava empinando pipa, ele nem deu bola para ela, só lhe disse que se chamava Israel. Ela ficou platonicamente apaixonada e terminou tudo com o sargento. A sua mãe ficou enfurecida e bateu nela o dia todo praticamente.
Como o rapaz era muito jovem e nem tinha dinheiro ou emprego, ela lhe contou que estava apaixonada demais por ele e que queria casar com ele, e então prometeu que voltaria no bairro para se casar com ele daqui 5 anos, quando ele já estivesse no exército com dinheiro e melhores condições.
Passado 3 anos ela volta para cidade da irmã, onde havia um concurso no parque de diversões, que era sobre 'quem possuía a melhor voz'. Como a irmã dela sabia que ela cantava super bem, colocou o nome dela la, não deu outra, Veni ganhou o concurso, e ainda foi chamada para trabalhar na barraca de som do parque, anunciando o correio do amor e as propagandas.
Um belo dia, ela lendo as propagandas, recebe um bilhete do amor que estava escrito assim " Envio a musica tal para a locutora que tem uma voz linda", ela fica toda faceira e agradece na mesma hora através do microfone o tal anônimo. Quando ela sai da cabine, pois ja estava praticamente na hora de fechar o parque, da de cara com uma cara que não lhe era estranha, de farda, e ela logo pergunta se o nome dele não seria Israel. E não é que era!
Então ela relembra que eles haviam combinado de se casar, ele aceita, eles se casam tem três filhos e essa história completamente absurda aconteceu na vida real e virou uma peça de teatro chamada 'nu de mim mesmo', que ficou em cartaz a três anos atrás, em um teatro do Catete! Ela estava na platéia no primeiro dia, para prestigiar a peça, e no final apagaram todas as luzes e colocaram o holofote em cima dela, e ela ficou emocionadíssima com toda a razão se sentindo uma celebridade, os olhos dela me contando se enxeram de lágrimas, foi lindo ouvir e ver.
Após me contar esta história ela me disse para permanecer na profissão e para eu não desistir de forma alguma, pediu para Deus me dar muita saúde e sucesso para seguir em frente e que eu voltasse lá outro dia para pegar o convite da peça, pois ela quer por que quer me mostrar! Dai quero ver se aproveito e bato uma foto com esta figura, super gente fina! Grande beijo gente, fui!
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